segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Um só êmbolo



Um só êmbolo
lufada de ar puro
que envenena
sem colher
sumo de limão

Um só êmbolo
lá foste
num tropel sem montada
e eu tomei-te o pulso
tardio
ao teu lado
cego
conversei
o Fernando ouviu-me
tu não
o Fernando levou-te
eu não

A Teresa tomou-me o pulso
pingava
nos braços do Fernando
os teus pés oscilavam
com o corpo fugido deles
a tua alma jazia
à mão de semear
encravada
onde eu deveria ter a minha

Nunca mais chamaste
Balburdia
a tua vida organizada
esquife luzente
e olhos tristes
verdadeiros
só os teus

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